Era uma noite enluarada
bem no pico do verão
E o danado coração
resolveu pregar uma peça
Nunca fiz uma promessa
nem rezei pra santo nenhum
mas foi naquele zumzumzum
que deu-se o milagre da moça
Eu, cobra criada
me afogando numa poça
Mas não era poça não
era um lago colorido
rodeado de vestido
parecendo uma boneca
Bonequinha tão sapeca
jogava bolinhas pra baixo, pra cima
um diabo de menina
virada no capeta
Girava, rodava, dava pirueta
era um circo inteiro numa mulher só
E foi ai que deu o nó
A malabarista encantou o palhaço
mas fez o nó virar um laço
que nem sapato mal amarrado
era so andar, pisar e ja tava separado
Faz medo nao
eu carrego ela comigo
esse presente disfarçado de castigo
vai embora, mas há de voltar
que é pra gente se encontrar
eu ja sei o que eu faço
Desamarro aquele laço
junto os dois e dou um nó
Ai sim! Eu e ela, um só
Dum jeito que todo mundo sabe como é
ela viciada em cafuné
eu viciado em fazer carinho
o palhaço cantador
e a menina passarinho.
Monday, April 27, 2009
Thursday, April 16, 2009
Inválida
Te vi ali, cega
sangrando os meus olhos
salgando a minha carne
ardendo em minha alma
Tomando-me aos goles
como se cada gemido
brotasse embebido
em uma saliva morna
Mordendo minhas dobras
dobrando meus urros
nadando em sussuros
me deixando inválida
Pálida e descompassada
pulsando em soluços
agarrando-me os pulsos
invadindo-me em chamas
Inundando minha cama
meu cabelo, minhas costas
e afogando quase louca
minha boca sem respostas
sangrando os meus olhos
salgando a minha carne
ardendo em minha alma
Tomando-me aos goles
como se cada gemido
brotasse embebido
em uma saliva morna
Mordendo minhas dobras
dobrando meus urros
nadando em sussuros
me deixando inválida
Pálida e descompassada
pulsando em soluços
agarrando-me os pulsos
invadindo-me em chamas
Inundando minha cama
meu cabelo, minhas costas
e afogando quase louca
minha boca sem respostas
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