Sempre tive grande dificuldade em ordenar meus devaneios em bloco de prosas infinitas. As frases já me aparecem em forma de versos com rimas automáticas. Me dá um nó no juízo só em olhar pra cima e ver aquela parede de letrinhas.
Há algum tempo tento escrever contos, mas insisto em quebra-los em versos. As palavras resistem à prosa e se agrupam na vertical. Elas vêm quase cantadas como feitas pra canção. Quando vejo já ta feito. Concluindo, não tem jeito: rimo até em explicação.
Le votre goût
Era tarde, não da noite
De um sol bem morno
A praça cheia de pirralhos
Velhinhos e seus baralhos
meninas com seus adornos
Num horizonte, não distante
Uma sombra me desperta
Contra o sol, uma silhueta
linda saia e camiseta
pôs meus nervos em alerta
Apertando um pouco os olhos
Pude vê-la aproximar-se
Deslizando em seus chinelos
Estava pronta pro duelo
E eu em busca de um disfarce
Pra que armas usaria
se nem vou me defender?
Me olhando com ternura
Sussurrou sua doçura:
J'adorerais pour sentir votre goût
Olhei-a boquiaberto
E, já certo da resposta,
lhe propus um desafio
- Não me entenda um vadio
Só escute minha proposta.
Num momento de sandice
Eu lhe disse, rosto-a-rosto:
- Me traduz pra tua língua
que te mostro o meu gosto.
Wednesday, June 20, 2007
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4 comments:
and in the end of that afternoon, what taste would have a little clown, with his face covered in paint, dressed in colored clothes and with his voice whispering slow in my ears?
wish I could know...and I'll.
E tem sabor é? rsrsrs...déjà découvert?
Adoro o que vc escreve...mais uma vez,sua fã!
lindo, sutil e insinuante.
PERFEITO!!!
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